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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Investimento Imobiliário em Portugal

De acordo com dados da consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W), no primeiro semestre de 2013 continuou a sentir-se pouco dinamismo por parte dos investidores nacionais e estrangeiros no mercado imobiliário português. Apesar deste contexto, neste período registou-se um aumento do volume de investimento no imobiliário comercial (excluindo o investimento institucional no setor residencial) para cerca de €153 milhões, o que representa um aumento de 41% face ao volume total do ano anterior. Contudo, há que referir que este valor é bastante influenciado por uma única transação: a venda de 50% do centro comercial CascaiShopping, por parte de um fundo gerido pela Rockspring à Sonae Sierra (que já detinha os outros 50%).

Gráfico: Volume de Investimento no Sector Comercial (2000/2013)
Fonte: Cushman & Wakefield
* Primeiro semestre

Apesar da implementação dos planos de consolidação orçamental pelo governo português ter sido bem recebida pelos principais organismos internacionais, não se verificou qualquer aquisição por parte investidores estrangeiros durante o primeiro semestre de 2013, o que compara com a média da última década de 46% das transações totais.

Esta tendência contraria a que se está a registar na Europa, em que o investimento estrangeiro tem desempenhado um papel fundamental na maior parte dos setores, com um crescimento de 15% vs. 5% de investimento nacional. 

Gráfico: Volumes de Investimento por Sector (1º Sem 13)
Fonte: Cushman & Wakefield

Quanto aos volumes de investimento por setor de atividade em Portugal, o setor de retalho, em grande parte pelo negócio já referido da venda de metade do CascaiShopping, representou cerca de 89% do total do investimento do semestre. Seguiu-se o setor de escritórios, ao qual foram destinados 10% do volume total investido e o sector de industrial, com uma representatividade marginal.

Na Europa¸ os setores de retalho e industrial têm tido um papel mais predominante no crescimento da atividade imobiliária ao longo do ano, crescendo respetivamente 14% e 13%, tendo o setor de escritórios atingido o melhor desempenho do último trimestre, crescendo cerca de 4% para um total de 15,1 mil milhões de euros, representando 47% do mercado.

Gráfico: Yields Prime por Sector (2000/2013)
Fonte: Cushman & Wakefield
* Primeiro semestre

Em relação às yields prime, desde meados de 2007 que têm vindo a corrigir de forma generalizada, sendo contudo o impacto maior em termos de desvalorização dos ativos no mercado secundário. Em Junho de 2013 as yields prime situaram-se nos 7% para o comércio de rua; 7,75% para centros comerciais e escritórios; e 9,75% para industrial. As yields variam entre os 100 e os 275 pontos-base quando comparadas com o pico do mercado em 2007. A incerteza quanto ao momento em que se irá dar a inversão da curva de crescimento da economia nacional reflete-se numa estagnação do valor das yields nos dois últimos trimestres, prevendo-se uma manutenção dos valores até ao final do ano.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom artigo da CW.
Como avaliador imobiliário, a maior das vezes discordo das conclusões deste tipo de research dado que não vejo a correspondência dos dados com a realidade do terreno - não é o caso deste artigo - parabéns à equipa que o fez.