menu

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Angola: um novo mercado para uma nova procura


Por Francisco Barros Virgolino
Director da Proprime






«(...) o período de boom em que tudo se comprava ainda em planta e com preços instáveis já terminou!»

--

Angola é um destino alvo de muitas empresas para promover e investir em imobiliário, entre as quais as oriundas de Portugal! Este é um movimento que tem vindo a crescer nos últimos anos, a par do aumento de necessidade de produtos imobiliários em Angola, cuja economia na última década fez emergir novos consumidores. Dito isto, e para quem tenciona desenvolver imobiliário em Angola, acima de tudo, no que concerne o mercado imobiliário Angolano na atualidade, é preciso considerar um pressuposto de base: o período de boom em que tudo se comprava ainda em planta e com preços instáveis já terminou!

A emergência de uma procura com novas características está a mudar o mercado imobiliário de Angola, que atravessa uma nova fase de desenvolvimento, na qual se tem vindo a caminhar para um maior equilíbrio entre as forças de procura e da oferta, procurando-se uma maior adequabilidade ao que são as necessidades reais de uma economia onde começa a despontar uma classe média que se depara com um deficit habitacional bastante elevado.

Por outro lado, o crescimento da economia tem também motivado uma maior atividade empresarial - quer através da instalação de empresas multinacionais no país, quer no crescimento e criação de empresas nacionais - o que fez crescer também as necessidades de espaços de escritórios. Estes fatores conjugados, fazem igualmente notar a ainda escassa oferta de espaços comerciais modernos e estruturados, assim como de um imobiliário industrial mais vasto para dar resposta a necessidades de consumo emergentes diferentes das que existiam há uma década atrás. No turismo, a palavra de ordem é também a desadequação entre oferta e procura, sendo óbvio o potencial de desenvolvimento que o mercado Angolano tem nesta área e que vai muito além do segmento corporate.

Assim, estamos perante um novo mercado que necessita de dar resposta a uma nova procura. Falamos de uma procura que é, por um lado, mais abrangente – isto é, que integra uma maior base de consumidores, devido, sobretudo, à emergência da classe média e à maior abertura no acesso ao financiamento bancário -mas também mais cautelosa.

O primeiro reflexo de uma procura com estas características foi o abrandamento no ritmo de vendas de imóveis em planta e mais importante, um impacto nos valores do imobiliário neste país, esperando-se que estes  estabilizem face a períodos anteriores com  maior desequilíbrio. Esta nova fase do mercado imobiliário de Angola caracteriza-se também por esse maior equilíbrio entre a oferta e a procura nos diversos segmentos, e além disso por uma maior profissionalização da indústria imobiliária e a criação e introdução de diversos mecanismos criados pelo Governo para, por um lado, garantir o acesso mais abrangente da população a produtos imobiliários, mas que terá, também, um impacto importante na captação de investimento institucional.

Em suma, para quem pensa desenvolver imobiliário em Angola, as oportunidades são muito diversificadas, mas um correto estudo do mercado, da procura que se pretende atingir e da adequação do produto a essa procura é determinante para um investimento sólido! Abordar o mercado sem essa ferramenta é um risco.

Sem comentários: