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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O que podemos esperar de 2011?


Deixo-vos hoje o artigo que escrevi em exclusivo para o Blog Imobiliário em Portugal, procurando perspectivar o ano de 2011.



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Não tendo nenhuma bola de cristal nem querendo antecipar o Barómetro Out of the Box de Janeiro, deixo apenas algumas pistas para este ano em que ainda agora entramos.

Economia e Finanças

FMI, Fundo de Estabilização, União Europeia, Alemanha… o que lhe quiserem chamar mas que vem… vem! Lá para Março, Abril, muitos vaticinam, eu próprio já o digo há muito e acho mesmo que já deviam ter vindo há mais tempo. Perdemos 2 anos…

A forma como os mercados reagirão? Não tenho a certeza que as yields das OT’s baixem imediatamente e o mercado imobiliário não ganhará grande coisa com isso… o investimento poderá retrair-se ainda mais, as yields irão ajustar-se em alta e as transacções, principalmente entre institucionais, diminuirão ainda mais.

Habitação

A tão esperada subida das taxas de juro não deixará ninguém tranquilo. Prejudicará as famílias com crédito habitação com natural peso no orçamento familiar. Resta apenas saber quando e como subirão as taxas, dependentes da recuperação económica europeia, o que nos causa um problema: a Europa recuperar economicamente, o BCE subir a taxa directora e Portugal “andar a ver navios” porque recuperação económica em Terras Lusitanas… não é esperada, bem pelo contrário.

Os preços tenderão a baixar (acompanhando uma tendência recente), principalmente com a subida dos juros e do desemprego, dado o aumento da pressão sobre a venda e a expectável manutenção em baixa da procura.

As rendas só tenderão a descer quando houver um aumento significativo da oferta e isso só ocorrerá com uma alteração profunda da justiça e do funcionamento dos tribunais. E tal não acontecerá em 2011…

Logo, para 2011, teremos: baixa de preços, manutenção em baixa do número de transacções, a subir um pouco caso subam as taxas de juro, e manutenção ou ligeira queda do nível das rendas.

Escritórios

Sem novas empresas a entrar no mercado, sem capital para as existentes investirem e sem investidores institucionais, o mercado de escritórios continuará a sua “travessia no deserto”: poucas transacções, muito concentradas em determinados sectores de actividade e cada vez mais concentradas em termos de localização.

Prime é e será cada vez mais prime, ou seja, o conceito será cada vez mais afinado em termos de produto e localização.

As yields, em média, tenderão a subir, acompanhando a tendência dos investidores em comparar estes produtos com OT’s. No entanto, não prevejo uma subida significativa nas prime yields.

Retail

Annus Horribilis? O pacote de austeridade muito influenciará o consumo privado, com natural incidência no segmento de retail. Para além disso, temos vindo já a observar uma baixa nas rendas em determinados produtos e localizações, com reflexo no NAV dos Fundos que detêm estes activos.

Adicionalmente, não existirão novos projectos, não existirão novos investimentos nem investidores, o mercado está muito perto da saturação. Apenas alguns conceitos manterão o seu crescimento, sempre associados a marcas fortes, supermercados/ hipermercados e algum retalho especializado.

Sentimento

O meu? O melhor possível! Crise, recessão, austeridade… são tudo sinónimos de oportunidade. Basta puxar pela cabeça e pensar… Out of the Box!

Bons negócios (imobiliários)!

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