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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Espreme que rebenta - Parte III



Na sequência dos últimos 2 artigos com o mesmo título, e depois de lançado um olhar sobre as bolhas imobiliárias um pouco por esse Mundo fora, importa reflectir um pouco da importância dessas bolhas. Porquê tanta preocupação com bolhas imobiliárias. Serão elas mais graves, mais preocupantes que outra bolhas, como por exemplo, bolhas nos mercados de capitais?

Procuremos reflectir sobre as consequências de uma bolha imobiliária.

Antes de mais, influencia directamente as pessoas e as suas vidas. O sector da habitação, o único sector do mercado imobiliário cujo activo é um bem de primeira necessidade, é logo um dos primeiros a ser afectado, com natural consequência no bem-estar das famílias.

Em segundo lugar, e porque tipicamente o imobiliário é um investimento alavancado, provoca consequências naturais e imediatas na Banca, afectando indirectamente todo o mercado financeiro e as empresas e particulares que necessitam de crédito.

Por estas duas razões, o impacto social e económico de uma crise imobiliária é bastante forte. A prazo, provoca igualmente um impacto demográfico e urbanístico que podem marcar as cidades para muitos e muitos anos.

Mas como se pode detectar e/ou prevenir bolhas imobiliárias? Não me querendo repetir, não me parece que seja simplesmente pela análise do preço. É importante, é claro, mas não é suficiente. No longo prazo, os preços na habitação devem evoluir em função do crescimento populacional e do seu rendimento. Quando os preços sobem mais comparativamente, existe um risco de bolha imobiliária; quando a oferta sobe mais que o número de novas famílias, existe um risco de excesso de oferta que combinado com um aumento dos preços, pode originar uma bolha imobiliária.

Bons negócios (imobiliários)!

4 comentários:

JPLopes disse...

No âmbito do tema, bolha imobiliária, desde há algum tempo que tento obter uma reacção útil que seja, à apresentação do eng.º Pedro Bringe no dia 07/12/2012, na associação 25 de Abril. A falta de reacção deixa-me preocupado.
Tenho a sensação que apesar de extremamente polémica a apresentação não deixa de ser solidamente baseada.
episodio 4/5
http://www.youtube.com/watch?v=yVBHuQRrBOk
Estamos ou não em "negative equaty"? Qual a sua opinião?

Gonçalo Nascimento Rodrigues disse...

Meu caro,

Aqui no blog julgo ter já bastante literatura acerca da bolha imobiliária e pistas para determinar se há ou houve em Portugal.

Eu próprio já tentei determinar a questão do negative equity no imobiliário em Portugal mas com os dados que temos disponíveis, é difícil calcular esta variável e a sua abrangência.

Diria, intuitivamente, que muitos mutuários de CH estarão em negative equity, com certeza. No geral, não sei.

Resta saber como lidar com a situação. Muitas vezes sou acusado de dar sempre o exemplo dos EUA mas é bom olharmos para outros exemplos e ver o que se faz lá fora em termos de políticas financeiras aplicadas ao imobiliário. Sem querer procurar comparações nem fazer outros parecerem exemplares, mas é bom estudarmos o que se fez noutros Países.

Já dei os exemplos da Islândia e EUA aqui no blog, em outros artigos. Já referi, várias vezes, que podíamos fazer mais e diferente para lidar com a questão imobiliária em Portugal.

Cumprimentos.

António Albuquerque disse...

Caro JPLopes,
a falta de rigor dos dados apresentados, a manipulação abusiva dos poucos dados correctos, a falta de honestidade intelectual e a demagogia política geral da apresentação que refere deverá ser o motivo da tal falta de reacção.
Não vale a pena...

É pena, pois partilho de muitas das indignações expressas, incluíndo as críticas às responsabilidades do sistema financeiro, mas a história não se passou assim.

Unknown disse...

Caro António Albuquerque,

Poderia, por gentileza, ser mais concreto na sua crítica à apresentação sugerida por JPLopes? Se a narrativa daquele orador não descreve correctamente a história, então qual é a verdade sobre o assunto?